Fagner

Criatura de babel

Fagner
Um esplendor, um ex-amor
Um escarcéu
Quem me escuta é foragida
Do pinel
Uma figura da literatura
De cordel
Uma vez só, um pão-de-ló
Lua-de-mel

Tem ancestrais em java
E ascendente escorpião
Em suas veias correm sangue e lava
No ventre eu danço em um vulcão
É uma bruxa de sabá
Que me enfeitiçou
Não me tirou pra barrabás
E me crucificou

É dona-prima, bailarina
De um teatro de papel
E me depena que dá pena
Vendeu todo o meu céu
Anestesia minha ira
Canforeira do bornéu
Me xinga em javanês
Me ama em francês
Em outras línguas
A confusa criatura de babel

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