Imago mortis

Requiem

Imago mortis
Pássaros mortos cantam em sinfonias
E algazarras fria e muda, o Sol raiar
O velho louco ri e se inicia
Poetas cegos cantam em versos livres
Toda essa agonia que a noite me dá
O velho louco ri e pressagia

O olho vazado da melancolia
Fita o ponto cego que não há
O corpo morto sobre a cama fria
Ouvidos loucos ouvem a melodia
Dissonante da agonia que me dá
O homem morto ri na cama fria

Pássaros cegos voam em harmonia
Rumo ao fim de tudo que advirá
O coração morto bate em sintonia
Poetas loucos cantam em versos certos
Todo esse deserto que me tomará
Sombras no céu ao Sol do meio-dia

A morte espreita nas sombras do Sol do meio-dia
O medo da morte é que move a vida que há
O amor é o medo da morte do amor em agonia
Pra ressucitar...

O amor é o medo da morte do amor em agonia
O medo da morte é que move a vida que há
A morte é que move o desejo, o amor, a poesia
Pra recomeçar...

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