Alcione

Na madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar um sabiá

Alcione
Nunca te deixei Portela
Fiquei em cada saudade
Meu povo mestiço me espera
Sou eu a claridade
Lembro dos festejos pelas ruas
O pandeiro alegrando o clarão da lua
O meu lugar amor sem fim
Desabrochou em mim
Voei, pra encontrar a minha paz
Pelos seus carnavais

Morena, moreninha, já nasci guerreira
Cantei o Brasil, eu sou a tal mineira
Êh êh o mar, êh êh baiana
Chocalho na canela, baianinha iorubana

E nos terreiros (no Rio de Janeiro)
Louvei meus orixás
Fio de contas e o meu colar de fitas
A cabeça colorida, nas areias, bambuzais
Sou filha de santo meu pai é Ogum
Não temo quebranto, nem mal nenhum

Eparrei Oyá Oyá, já clareou Yansã clareia
Eparrei Oyá Oyá, trovejou em Madureira

Um lindo samba clareando a poesia
Mostra que hoje é aquele até um dia
Vejam uma luz pairando sobre nós
É a Portela em uma só voz

Clara laiá lalaiá lalaiá canta sabiá
Clara laiá lalaiá lalaiá volta meu sabiá
Clara laiá lalaiá lalaiá voa sabiá
Clara laiá lalaiá lalaiá volta meu sabiá

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