Amado batista

A raposa e as uvas

Amado batista
Lembro com muita saudade daquele bailinho
Quando a gente dançava bem agarradinho
Onde a gente ia mesmo é pra se abraçar
Você com laquê no cabelo e um vestido rodado
E aquelas anáguas com tantos babados
E você sentava só pra me mostrar


E tudo o que a gente transava eram três, quatro cubas
Eu era a raposa e você era as uvas, eu sempre querendo
Teu beijo roubar, e por mais que você se esquivasse
Eu tinha certeza que no fim do baile, na minha lambreta
Aquele broto bonito ia me abraçar


Quando a orquestra tocava "besame mucho"
Eu lhe apertava e olhava seu busto
Dentro do corpete querendo pular
Eu todo cheiroso à "lancaster" e você à "chanel"
Eu era menino, mas fazia o papel
Do homem terrivel só prá lhe guardar


E tudo o que a gente transava eram três, quatro cubas
Eu era a raposa e você era as uvas, eu sempre querendo
Seu beijo roubar, e por mais que você se esquivasse
Eu tinha certeza que no fim do baile, na minha lambreta
Contente pra casa eu ia te levar


E ao chegar em tua casa
Em frente ao portão
Um beijo, um abraço, minha mão
Tua mão, com medo que o velho pudesse acordar
A pílula já existia, mas nem se falava
Nos muitos conselhos que tua mãe te dava
Tinha um que dizia: "só depois de casar"


E tudo o que a gente transava eram três, quatro cubas
Eu era a raposa e você era as uvas, eu sempre querendo
Teu beijo roubar, e por mais que você se esquivasse
Eu tinha certeza que no fim do baile, na minha lambreta
Aquele corpo bonito ia me abraçar

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