Renasço pra lida
André teixeira
Serei a trança do laço que enfeita a anca do pingo
A rastra meio curtume das volteadas de domingo
Estarei no encontro do mouro no feitio de uma peiteira
Num reiador macanudo nos estalos da soiteira
A rastra meio curtume das volteadas de domingo
Estarei no encontro do mouro no feitio de uma peiteira
Num reiador macanudo nos estalos da soiteira
Serei o aperto da cincha, no latego e travessão
Um tirador fachudaço pra escorar os ‘tirão’
Na firmeza de um buçal que ajuda o domador
Virei desde a cabeçada, da cedeira ao fiador
Virei na forma de um basto
Moldando o lombo do mouro
A cada armada serrada
Que prenuncia o estouro
Em cada naco de couro
Cumprindo o ciclo da vida
Assim me vou deste mundo
Pra renascer para a lida
Serei o tento da espora, estrela perdida do céu
A forma de um barbicacho que sustenta algum chapéu
Virei no estilo campeiro do aperto de um bocal
Numa maneia de trava que dobra qualquer bagual
Serei os pares de rédeas que faz do potro, cavalo
O velho ritual sulino que Deus me deu por regalo
Na rudeza de um sovéu, ali estarei torcido
Três tiras formando um só pra não se dar por vencido
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