Um quadro a ser pintado
André teixeiraBem no cruzar da cancela
Saiu coiceando os cachorro'
Berrando de toda goela
Um bagual Baio sestroso
De procedência, malino
Malicioso em cada salto
Veiaco' por seu destino
O domador, tarimbeiro
Dos que nunca facilita
Por duvidar do improvável
Bem mais em si acredita
O cordiriu garantido
Rédea chata e cincha forte
E um rebenque assoviador
Mais brabo que o vento norte
O basto quatro cabeça'
Pelego branco lanudo
Forrava o trono do taura
Que era taura e garronudo
Quebrado nas duas pontas
Um chapéu preto, aba dura
E um tirador de baqueta
Bem atado na cintura
Quebrado nas duas pontas
Um chapéu preto, aba dura
E um tirador de baqueta
Bem atado na cintura
Esporas de ferro osco
Rosetas com dente gasto
Maneador a bate-cola
Já com uma ponta de arrasto
Buçal com cabresto largo
E a pescoceira torcida
Maneia de couro grosso
Sovada as coices da lida
Bota com cano dobrado
Um do outro, desparelho
A bombacha arremangada
Um pouco abaixo dos joelhos
O Sol queimando nos ombros
Pelo mormaço da tarde
Mesclando o sal do suor
C'o a polvadeira que encarde
O mangueirão do rodeio
Santuário de tantos ritos
Um domeiro e um bagual Baio
São rimas pra um verso escrito
Porém, o que eu mais queria
Que além dessa inspiração
Alguém pintasse esse quadro
C'o as cores do meu rincão
Porém, o que eu mais queria
Que além dessa inspiração
Alguém pintasse esse quadro
C'o as cores do meu rincão
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