César oliveira

Missioneiro

César oliveira
Nasci num bufo de gaita
Num rancho de chão batido
Fui batizado a la bruta
Entre berros e alaridos
E mãe bugra campeira
E me atorou um lombilho
Nasci num bufo de gaita
Num rancho de chão batido

Saí do oco das grotas
Tigre do lombo riscado
Das pedras e japecangas
Onde vive o sorro alçado
A mulher não sai das casa
De blusa, beiço pintado
Saí do oco das grotas
Tigre do lombo riscado

Venho da terra vermelha
Da velha raça torena
Agarrando touro a unha
Desenganando pavenas
Se a caso colho uma rosa
É pra o cabelo da morena
Venha da terra vermelha
Da velha raça torena

Brotei dum tronco de angico
E me fiz cerne curado
Sem berno nem carrapato
Sou igual zebu alçado
Ninguém me leva pra o brete
E cruzo a trote o alambrado
Brotei dum tronco de angico
E me fiz cerne curado

Trago as benção de tupã
Magias de salamanca
Não confio em bruxarias
Nem tropeio em mula manca
E do rancho lá donde eu moro
Não tem tramela nem tranca
Trago as benção de tupã
Magias de salamanca

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