Cristina saraiva

Hermanos

Cristina saraiva
Vai, madrugada
Pede à noite enluarada
Que clareie aquela estrada
Onde passa meu Hermano

Nem tudo afinal
É só punhal
É noite, é escuridão
Nem tudo é temporal

Tem flor carmim, coral
Manancial
Água de ribeirão
No céu constelação, violão...

Nem tudo é só metal
Mar glacial
É dor, é solidão
É nau sem direção

Tem sol no meu quintal
Cor de cristal
Ouro de aluvião
Que cai na minha mão, floração

Gente que o sol clareia
Que traz a chama no olhar
Gente que chega pro sol raiar

Gente que a luz semeia
E faz meu povo sonhar
Vai, meu irmão
Cobre o chão de cantos de amor
Cobre o chão de encantos...

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