Depois de um bolicho...
Fabiano bacchierimurmuram vozes de nuvens contra o meu poncho “Ideal”,
os “sete fio” do alambrado choram chuva, luz e prata
e um quero-quero se achata na crista do macegal.
O meu tordilho vinagre com barro pelo machinho
embala um tranco de rede no esteio das quatro patas.
Flexilhas recém pendoadas mirando a aspa pra o céu
vão toreando a lo léu, o vento que se desata...
O corpo mal obedece às coisas do pensamento
que vem curtindo saudades num preparado de canha,
pois quem deixou sentimentos escorados num balcão
conhece bem o tirão quando uma linda nos ganha!
Troca orelha, meu cavalo no mata-burro da estância
estreleia e pede boca, é um gato no porteirão...
E enquanto a tarde adelgaça, um tajã rompe a quietude
abrindo o bico no açude do seu posto no taipão.
Cruzando a várzea da frente o meu mundo se apresenta
- um tatu campeia a toca fazendo trilho na grama,
um turuno cumpre a sina de retoçar por pachola
e um charola mostra as armas coçando a testa na trama.
Por vezes eu me emborracho nalgum bolicho no povo
por outras estendo a alma além donde a vista alcança,
- que pra os recuerdos da prenda quero um gargalo e mais nada,
e pra os amargos da estrada minhas visagens da pampa.
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