Pegado nas crinas
Jorge guedes e famíliaTendo a cabeça e o lombo só com as esporas me agarro
Foi assim que um potro mouro se largou quando eu montei
Me escapou um pé de estribo e o basto não encontrei
Corcoveava se brandeando , parecia um porco ervado
Eu via aponta dos pastos correndo no meu costado
Dava coice no focinho meio se atando na cola
E as vezes sentia as patas quase me enfiando na gola
Eu fazia um chá, rá, chá, chá, com os flexos do tirador
E as duas rosetas cortando na volta do sangrador
As crinas davam guascaços igual assovio de bala
E o vento assoprando forte me atava as franjas do pala
Foi naquela gineteada que esparramei os meus cacos
E bicho que tinha na terra se escondia nos buracos
Minhas esporas se travaram que eu nem sei de que maneira
Fiquei pegado nas crinas e num pedaço de peiteira
Caiu o bocal dos queixos no meio da polvadeira
Parecia que eu andava rolando numa cachoeira
Perdi toda a tarecama fiquei só com a barrigueira
E nem assim apiei do maula, mas oiga-le-te porqueira
Eu fazia um chá, rá, chá, chá, com os flexos do tirador
E as duas rosetas cortando na volta do sangrador
As crinas davam guascaços igual assovio de bala
E o vento assoprando forte me atava as franjas do pala
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