Canudos
Júlio limaComandada por conselheiro advindo dos maciéis
Queria lembrar os tempos de guerra
Criando um monte santo de paz
Povo que saiu da seca do sertão fugir da fome e da miséria
A república era o cão, pregavam contra ela
Tinha se ido a monarquia, que pra eles era a salvação
E as autoridades, toda imprensa do país
Tinham Canudos por perigoso, um ?recanto comunista?
Organizaram expedições pelo mais ínfimo estopim
Estourou-se a guerra no deserto do país
Um Brasil desenvolvido contra um outro Brasil miserável
Mas não contavam com a força dos Hércules-Quasimodos
Valentes sertanejos defendendo seu habitat
Apesar de em menor número foram exemplo único em nossa história
Pois canudos não recuou, não se rendeu
Era a tróia de taipa, A tróia de jagunços, um contraste natural
Bacamartes homicidas com as guias do rosário
E contra o governo e seus exércitos uma ira ?caninana?
Transformaram os sertões nas termopilas espartanas
E Canudos virou mar de sangue em três expedições
Mas perderam duas delas mesmo estando em maioria
Um disparo de clavinote a cem tiros de comblain
Mas perderam pro deserto e pro sol
O inimigo também era natural
Aí veio a coluna Savaget com a sua matadeira
Se vingar pelos pelotões de Febrônio e Moreira César
E canudos caiu de vez
Suas casas, suas igrejas, suas vidas
Seus defensores, o temível pajeú
Morreu conselheiro com seus discípulos
Mas até o final não recuou, não se rendeu
Até o último suspiro numa cova rasa
Dois homens, um velho e um menino resistiam expugnados
E na sua frente, cinco mil soldados armados até os dentes
E dizimaram para confirmar o que disse Euclides
Que Canudos não foi uma campanha foi um crime
Brasileiros contra brasileiros, não havia inimigos
Só a república que nascia massacrando os seus filhos
E Canudos é um hiato, um parêntese em nossa história
Pois morreram pelo crime de viver em comunhão
Não houve glória alguma pros manipansos de farda
E Canudos será lembrada como a Esparta do sertão
Pois até o final não recuou, não se rendeu.
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