Mano lima

Gaudério e meio

Mano lima
Barbudo e cabeludo, esse é meu jeito de anda
Pelego com garra e tudo, com cascarra e sem lava.
Que quero andar enfeitado, se as china me querem assim
E eu sou tipo largado, e não sou, gafanhoto de jardim.

Um lote de égua por diante, eu vivo nos corredor
Na cintura levo um coltro, e um formiga cortador.
Na cabeça um manguera, com a aba maior que um tacho
Nos garrão as nazarena, e um pala, um pala envolta do braço.

Encilho o pingo delgado, melhor que as armas do império
É o rio grande estampado, na alma deste gaudério.
Peleando arrisco a minha vida, que levo o cavalo guapo
Se o mundo me cai por cima, correndo, correndo da morte escapo.

"cavalo gordo e delgado, de casco bem aparado.
Assim são os pingos que eu encilho.
Bem destopetiado, ou então um toso caprichado ponta de lança ou currupilho.
A cola aparada, um poquito a baixo do nervo do garrão.
Pronto pro estouro de uma tropa, ou até mesmo pra uma revolução.
Nenhum mais andar de china, todos campeiam a volta pra monta.
E eu costumo adelgaça, inté que apareça a costela minga."

Encilho o pingo delgado, melhor que as armas do império
É o rio grande estampado, na alma deste gaudério.
Peleando arrisco a minha vida, que levo o cavalo guapo
Se o mundo me cai por cima, correndo, correndo da morte escapo.

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