Mano lima

Um pito

Mano lima
Olha guri, reparas o que estás fazendo,

depois que fores é difícil de voltar.

Passei-te um pito e continuas remoendo

teu sonho moço deste rancho abandonar.

Olha guri, lá no povo é diferente,

e certamente faltará o que tens aqui.

Eu só te peço: não esqueças de tua gente,

de vez em quando manda uma carta, guri.

Se vais embora, por favor não te detenhas

segue em frente não olhes para trás

e assim não vais ver a lágrima insistente

que molha o rosto do teu velho, meu rapaz.

Olha guri, pra tua mãe cabelos brancos e

este velho que te fala sem gritar.

Pesa teus planos, eu quero que sejas brando

se acaso fores pega o zaino para enfrenar.

Olha guri, leva uns cobres de reserva

pega uma erva pra cevar teu chimarrão

e leva um charque que é

pra ver se tu conservas

uma pontinha de amor por este chão.

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