Marcelo oliveira

A figueira do cecêu

Marcelo oliveira
O Cecêu por afamado
Foi montar num aporreado
Numa festa domingueira

Quando o dia amanheceu
Lá se foi o dom Cecêu
Pra uma estampa de fronteira

Por costume e não por balda
Foi de lenço a meia espalda
E as botas meio pé

O Cecêu por ginetaço
Assim foi no seu picaço
Assobiando um chamamé

Com os olhos flamejantes
E um sorriso no semblante
Foi chegando no destino

Pro Cecêu recém chegado
Na igreja do povoado
Pois até batia o sino

Lá na estância cordilheira
O Cecêu por brincadeira
Gineteava de tamanca

E montar calçando espora
Era só mais uma tora
Neste mouro pata branca

De cabeça acaranchado
Parecendo estar cansado
Vinha o mouro tropicando

O Cecêu por patacoada
Se torceu numa risada
Já na canha se babando

O mulato despachado
Num jeitão agauchado
Foi pra cima deste mouro

Então disse para o povo
Amanhã volto de novo
E costuro bem o couro

No primeiro rebencaço
Dando um nó no espinhaço
O mulato se clavou

Abrir leiva na carqueja
E na torre da igreja
Foi que o sino badalou

Foi o chão que estremeceu
Pelo tombo do Cecêu
Que custou ficar em pé

Nesta festa domingueira
Foi plantada uma figueira
Lá pras bandas do Imaré

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