Maurício gringo

Na eterna luz - casimiro cunha - maurício gringo - triodalma

Maurício gringo
Na eterna luz - Casimiro Cunha (Espírito)

Quando parti deste mundo
Em busca da Imensidade
A alma ansiosa da Verdade
Do azul imenso dos céus
Fugi do pesar profundo
Lamentando os sofrimentos
As mágoas, os desalentos
Confiado no amor de Deus

Mal, porém, abrira os olhos
Em meio de luzes puras
Nas radiantes alturas
Em célico resplendor
Compreendi que os abrolhos
Que a Terra me oferecera
Eram mesmo a primavera
Do meu sonho todo em flor

Disseram-me então: – “Ó crente
Que chegais a estas plagas
Fugindo das grandes vagas
Do mar revolto das lutas
Aportai serenamente
Nesta estância do Senhor
Pois aqui existe o amor
Nestas almas impolutas!

Aqui existe a pureza
A meiga flor da Bondade
O aroma da Caridade
Perfumando os corações
Não se conhece a torpeza
Da lâmina – hipocrisia
Que mata toda a alegria
Provocando maldições

Aqueles que já sofreram
No dever nobilitante
Cujo peito sempre amante
Só conheceu dissabores
Aqueles que conheceram
As feridas dolorosas
Dessas mágoas escabrosas
De um triste mundo de dores

Encontram nestas moradas
Tão formosas, resplendentes
Os clarões resplandecentes
De afetos imorredouros!
As almas imaculadas
São flores das boas-vindas
Luminosas, sempre lindas
Ofertando-lhes tesouros

Os tesouros peregrinos
Formados de amor e luz
Do Mestre Amado – Jesus
Arauto do Onipotente
Os reflexos divinos
Quais lírios iluminados
Alvos, belos, deificados
Penetrarão sua mente

Acordai, pois, ó vivente
Contemplai-vos nesta vida
Que vossa alma ensandecida
Procure a luz que avigora
O Senhor sempre clemente
Concede-vos neste instante
A bênção dulcificante
Do seu amor – doce aurora

Sacudi o pó da estrada
Que trilhastes na amargura
Pois agora na ventura
Fruireis consolações
Nesta esfera iluminada
Que aportais neste momento
Não vereis o sofrimento
Retalhando os corações

Só vereis clarões de luz
A despontar nestas almas
Tornadas em belas palmas
Das mansões do Criador!
Bendizei, pois, a Jesus
O Mestre da Caridade
O Luzeiro da Bondade
O grande Mestre do Amor!”

Então, eu vi que na Terra
Em meio da iniqüidade
Na tremenda tempestade
Das dores e expiações
A nossa alma que erra
Tão longe das grandes luzes
Só aproveita das cruzes
Das amargas provações

Venturoso, abençoei
A dor que amaldiçoara
Que renegar eu tentara
Como os míseros ateus
E feliz então busquei
As bênçãos, flores brilhantes
Alvoradas fulgurantes
Do amor imenso de Deus

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