Mauro moraes

Tropa mansa

Mauro moraes
Cada palavra que eu canto é tropa mansa
que por diante vai levando o que eu falo.
E se a tropa anda lenta e vai com jeito
é pra dar folga pra boiada e pros cavalos.
A minha tropa de bois mansos, vai tranqüila
e obedecem quase sempre o meu comando...
Vai bem na frente um ponteiro de alma aberta
e lá no fundo um culatreiro vai gritando.
Só aparto o que é da tropa do meu jeito
a mango, grito, prosa, e bico de bota.
Mas tem sempre um aspa torta sem costeio
pra dar refugo e estrago na minha tropa.
No galpão eu desencilho e tomo um mate
a tropa entregue, faço as contas e me calo.
Mas tem sempre um maturrengo, basto novo
pra judiar e desfazer dos meus cavalos.
Chairo a faca pra um churrasco, faca buena.
Língua afiada que a falar logo se solta.
Para comer as minhas sobras e algum osso
sempre junta uma cuscada pela volta.
Vou tocando estrada a fora, enquanto posso
e pela rédea vou com a vida num floreio.
Vejo, há tempos, quanta coisa me atropela
mas mesmo assim eu vou bancando ela no freio.
Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!