Naeno rocha

Eis-me

Naeno rocha
Aqui me vedes, aqui me tendes.
Com todos os defeitos de antes
Com todos os contados dentes
E tudo esperando o instante.

Completo em meus defeitos vistos,
Um absurdo que se engole seco
Eu que dos modelos disto
Roçando a barriga nos becos.

Sou eu este ser temível e dócil,
Que beija e a minha boca adoça
Uma marca que perdura e coça
Que nunca me extingo, um fóssil.

Como a madrugada, ou uma ameaça,
E que venha o dia e o sol renasça,
Um cúmplice do tempo uma morrasca
Do que foi uma fruta, apenas casca.

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