Naeno rocha

Fomos

Naeno rocha
Éramos dois donos dos mesmos sonhos,
Éramos de nossa mesma luta diária,
Éramos de amor, uma grande colônia,
Que se refazia nas noites por mãos solidárias.

Éramos de pão e vinho, de um Deus que se doara,
Éramos como a flor e o espinho, ali chegados,
Eram nossas dores partidas ao meio, choradas,
Eram nossas as mesmas lágrimas, que nossos olhos molhavam.

Éramos como mãos seguras no mesmo cabo,
A força depreendida, o que realizávamos,
Do estampido amor, dínamo, do tempo arado,
Fomos os plantadores dos primeiros ramos.

Fomos até hoje crepúsculo, e manhã nascente,
Somos complacentes das dores que passam os outros,
Somos com a faca e bainha, que se cabem,
A não deixar espaço, e somos o ferro e o couro.

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