Os mirins

O ronco da porca preta

Os mirins
Um índio se espreguiçava na sombra de uma carreta
Admirando um ginete cortando só na paleta
De baixo do arvoredo uma acordeona sotreta
Fazia me recordar do ronco da porca preta.
Até me lembro de uma baile, um xirú igual um capeta
Entrou pra dentro da sala e arrancou de uma escopeta
Gritou alto pro gaiteiro tu toca ou fica maneta,
E mandou que ele largasse o ronco da porca preta.

Bamo neguinha no meta e meta
Bamo neguinha no meta e meta
Chacoalha as nadegas no ronco da porca preta.

No meio tinha um velhote quilinudo e bem maceta
Gritando toque de novo o ronco da porca preta
Minhas botas sem o taco, as esporas sem roseta
Pois por onde eu andar ouço o ronco da porca preta
Por isso de vez em quando me largo pra uma carpeta
Porque a malvada sorte a muito me fez gambeta
Quando ajojo a solidão gora-gota, teta-teta
Sou igual um cachaço roceiro atrás da porca preta.

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