Pedro abrunhosa

Um mágico no peito

Pedro abrunhosa
Um dia tudo acaba
Sem perceberes porquê
Num acorde de guitarra
Vês o mundo
Mas ninguém te vê
As sombras
Que falam
Te ouvem
E dizem:
Eu sou a noite

Então sentes o frio
Duma qualquer cidade aberta
Sabes que as ruas estão contigo
Só o teu corpo está em parte incerta
O vento
Que gritas
Mais alto
Que o nome
Que o medo de ti

Desenhos
Desejos
Nos lábios
No sangue
Duma parede qualquer

E sobre a mesa um mar fechado
Uma aquarela feita de luz
Um passado nunca acabado
E um beijo que alguém depôs
Palavras
Traídas
Que fogem
E dizem:
Não me deixes nunca

Aqui o tempo não é tempo
É só um chão que ninguém pisou
Trazes um louco no pensamento
E um verão que se eternizou
Estradas
Que soltas
Dos olhos
Dos mundos
Que trazes em ti

Há um mágico
Que não cabe nas tuas mãos
Trá-lo no peito
Com a força do trovão
E cada passo
É mais distante do que o que vês
Talvez bastante
Talvez discreto
Para mostrar quem tu és

Desenhos
Desejos
Nos lábios
No sangue
Duma parede qualquer

Mágico

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