Tchê barbaridade

Baile costeiro

Tchê barbaridade
Tomei um banho de sanga
E passei água de cheiro
Que eu ia botar a canga
Num baile solto e faceiro
Danças e lua malandra
Cantos de uma calhandra
Fresteado à luz de candeeiro

Montei num pingo leviano
E me bandeei pro entreveiro
Que nunca vi desengano
Em braço de missioneiro
E num galope vaqueano
Como sopro do minuano
Cheguei pro baile costeiro!

Dê-lhe boca, dê-lhe gaita!
E o fóle no vem-e-vai
Ia alegrando a barranca
Lá na costa do Uruguai
E o gaiteiro balseiro
Só tocava, assim no más
Quem tá lá fora, não entra
Quem tá qui dentro, não sai!

Esse baile não parava
Nem pra molhar o salão
Polvadeira levantava
Sem escolher direção
E era lindo o sarandeio
Da china, lá pelo meio
Saudando meu coração

E quando clareava o dia
Que o fóle tava cansado
E, de pressa, eu dizia
Não podes ficar parado!
E o gaiteiro, que era um taita
Surrado de alça de gaita
Amanunciava o teclado

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