Vicente celestino

Ai de mim

Vicente celestino
Foi um sonho te querer com doido amor,
Foi loucura penhorar-te o coração,
Dá-me mesmo assim ferido esse penhor,
Não te peço nem te imploro gratidão.

Guardo dentro deste peito por te amar,
Uma dor que sempre e sempre cresce mais,
Nem a tua ingratidão me vem matar,
Nem a tua ingratidão me abranda os ais.

Ai de mim! Ai de mim!
Por que matar-me assim
Por que matar-me assim

Este amor, ó este amor, me foi fatal,
Nunca mais o meu sossego encontrarei,
Tu, travessa, sorridente e jovial,
Eu, em busca de minh'alma que te dei.

Mas não posso te dizer por que razão,
É mais doce o azedume desta dor,
Serei teu e teu será meu coração,
Não te posso, ó não, negar tão santo amor!

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