A boa nova
CorjaO fim dos tempos está longe
Mas teu pé já está na cova
Levanta a cabeça
E presta muita atenção
O que eu digo já foi dito escrito e lido
Em outra geração
Mas nunca adianta te falar coisa nenhuma
Seus olhos, seus ouvidos tão imersos nessa bruma
Névoa de ganância a cada dia se renova
Sua ânsia por ter mais ainda será a tua prova
Olha pra frente mas também olha pra trás
Não fizeste diferente daquilo que hoje se faz
Enxergas a verdade em escrituras ancestrais
Mas não percebes realmente os verdadeiros sinais
Comparas tuas vestes com as do teu vizinho
E sentes confortável pois o mundo é tão mesquinho
E pedes proteção para o sagrado criador
Pra trilhar o teu caminho de desgraça e de dor
Dor
O chicote que te assola é tua mão quem empunha
Dor
Carrasco de ti mesmo, escravo da fortuna!
Dor
Não vês que teu dinheiro não te compra uma alma?
Não vês que o que não tens será sempre a tua mira?
Procura em ti mesmo o que procuras no dinheiro
Esquece o que te dizem e ouça a voz da liberdade
Conduza sua vida com um pouco mais de calma
Se daqui levares algo é o que do corpo não se tira
Não é roupa, não é carro nem se mostra por inteiro
É a certeza de ter sido um ser humano de verdade
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