Eu É que não quero
Engrenagem urbanaEscuto o que eles dizem pois eles não param de falar
E falam muito sobre tudo, mas sabem pouco do que eu sou
E o que será que eu sou?
Um vazo cheio, cheio da água da chuva que o sol seca
Antes da última gota transbordar
Meus olhos veem, veem o que eles pintam, mas já não há
Não há nenhuma cor, é tudo cinza
Eu é que não quero a sua roupa, não!
Eu que não quero o seu sapato, não, não!
Sua comida pra mim é pouca, seu prato é muito ralo
Sua pose é só um jeito de ocultar a solidão
Esconder a surdez, emudecer a tristeza do seu coração
A sua maquiagem disfarça muito bem sua melancolia
Talvez com ela você fique realmente mais bonita
É sempre bom, é muito bom ter uma pose, um novo close
Pra próxima fotografia, e expor na galeria
Eu é que não quero a sua roupa, não!
Eu que não quero o seu sapato, não, não!
Sua comida pra mim é pouca, seu prato é muito ralo
Sua pose é só um jeito de ocultar a solidão
Esconder a surdez, emudecer a tristeza do seu coração