Os manos

Pinguço feliz

Os manos
Toque o engenho bote a cana pra moer
Com essa cana eu faço pinga
E dessa pinga eu vou beber


Tem um ditado quem não bebe e não mente
Não pertence a boa gente esse ditado eu segui
Por isso mesmo por aqui eu vou dizendo
Levo a vida bebendo e bebo mesmo até cair

A minha fama já se espalhou pro mundo inteiro
O meu nome é pingueiro de fato sou beberrão
Levanto cedo e já me encosto no balcão
Quando é hora do almoço, já bebi um garrafão

A minha noiva veio um dia me dizer
Que era pra mim escolher ou ela ou a caninha
Pensei um pouco e logo dei o resultado
Acabei com o noivado, fui tomar uma caipirinha

Quem bebe morre, quem não bebe também morre
Esse é um dizer bem certo que eu vejo dizer
Por isso mesmo agora estou decidido
Bebo chumbo derretido vou beber até morrer

Do funil faço a mortaia, do barril faço o caixão
Faço uma cruz do pé de cana, me bote o copo na mão
No fundo de um alambique eu quero minha sepultura
Pra mesmo depois de morto quero ficar na fartura

Só um pedido vou fazer quando morrer
Ninguém chore minha morte, quem chora são as garrafas
E todo povo vai seguindo em coro
Gritando por desaforo
Morreu o pai da cachaça

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