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Soneto desertado

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Até um cidadão mais brasileiro
Da pátria amada ufano mais paulista
Isenta o bandeirante mais bairrista
E só cosmopolita mais caseiro
Ninguém é universal o tempo inteiro

Errante minha bússola equidista
Do inferno nordestino ao céu sulista
Nem astronauta eu sou
Nem marinheiro

Turista só desfruta da viagem por causa da visão
Se for um cego qualquer lugar será a mesma paisagem
Na vasta escuridão onde navego
Fronteiras inexistem sem miragem
Tão só por ser terráqueo me segrego

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