Milonga do vaqueano
Adair de freitasNa estrada nunca me engano
Por isso que no meu pago
Me chamam de vaqueano
Conheço a vida do campo
E as manobras da cidade
Conheço o Rio Grande amado
Bonito barbaridade
Conheço a china sincera
E a que usa falsidade
Por isso nunca me enredo
Nas maneias da saudade
Conheço as manhas da vida
Na estrada nunca me engano
Por isso que no meu pago
Me chamam de vaqueano
Aprendi chorar cantando
Pra disfarçar a existência
Aprendi sorrir chorando,
Felicidade é uma ciência
Conheço a dor da saudade
Quando está longe a querência
Conheço o amigo-amigo
E o amigo-conveniência
Conheço as manhas da vida
Na estrada nunca me engano
Por isso que no meu pago
Me chamam de vaqueano
Quem sabe mais do que pensa
Sempre pensa em saber mais
Quem nada sabe dispensa
Que o saber nunca é demais
Mas eu que sou vaqueano
Sei donde vens, pra onde vais
E a gente que é como joio
Caminhando entre os trigais
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