Adriano dias

Som distante

Adriano dias
Na batida do engraxate, o disparate
No violino da vizinha, a dor caminha
No coro da torcida, o fim do empate
No coreto da memória, a bandinha.

Na voz de todo mar, imensidão
Num assobio em vão, eternidade Nos copos que se batem, solução
Num novo violão, velha cidade.


Um som distante
diz tanto calado.
Um som recente
pressente o passado.


Nos passos na calçada, a madrugada
No grito do feirante, um longo instante
Na chuva a batucar, águas passadas
No ranger do vinil, amor infante.

No vento a deslizar, folhas em branco
Na voz do amolador, a dor do som
Numa fita cassete, walter franco
Em seu peito espanhol, mi corazón.


Um som distante
diz tanto calado.
Um som recente
pressente o passado.

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