Adriano diniz

Fome zero blues

Adriano diniz
Quando eu passava fome / aquilo era todo dia
Eu passava tanta fome
Mais dormia e esquecia.

Eu saia do nordeste, pra fazer o que em são paulo? procurei, eu procurei
Nem um emprego eu arrumei.
A chegada foi marcante, perto de uma penitenciaria meu amigo maxsweel
Me esperou na rodoviária.

Mais por ali na zona oeste entre osasco e taboão encontrei alguns amigos
Que me deram a maior força.
Conheci uma moça que quis me ajudar,
Lavava minha roupa
Então pude me arrumar.

Quando eu passava fome aquilo era todo dia,
Eu passava tanta fome
Mais dormia e esquecia

Eu trabalhei numa loja, de vendedor de calçados,
Mas quando chegava a noite
Eu "tava" muito cansado.

Varais vezes eu sumia, e sem dar explicação,
Estive sem moradia, era uma aflição
Varias casas morei, alugueis atrasei, salário apertava,
E com fome eu ficava

Ralei muito nessa vida, do nordeste ou centro-oeste,
Fui morar em massachussets, porque sou
Cabra-da-peste.
Minha cidade era humilde, os animais não tinham ácaros, quando eu tinha 8 anos
Eu imitava o som dos pássaros.

E quando eu era executivo tinha um dedo calejado,
Só podia usar sapatos todos de bico quadrado
O meu terno me escondia, achavam que eu
Tinha dinheiro, estavam enganados,
Eu durmia o dia inteiro.

Meus amigos atenção, essa história é diferente, convivi com tanta gente, que me serviu de lição.
Não critico o prefeitura, coisa que eu fiz no passado,
Me chamam de cidadão, porque eu moro neste estado

Um estado de espirito que por aqui eu encontrei,
Entre humanos e animais, e não me perturbem mais
Essa vinda não tem volta aqui tenho que ficar,
"casei" com aquela moça, tenho filhos pra cuidar.

Quando eu passava fome, aquilo era todo dia,
Eu passava tanta fome, mais dormia e esquecia.

E essa vinda não tem volta, aqui tenho que ficar,
Me casei com aquela moça...tenho filhos pra criar

"perem rum rem rem"
Esse é o fome zero blues

"perem...

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