André baptista

Ao poeta perguntei

André baptista
Ao poeta perguntei
Como é que os versos assim aparecem
Disse-me só: eu cá não sei
São coisas que me acontecem

Sei que nos versos que fiz
Vivem motivos dos mais diversos
Mas também sei que sendo feliz
Não saberia fazer os versos

Ó meu amigo, não penses que a poesia
É só a caligrafia no perfeito alinhamento
As rimas são assim como um coração
Em que cada pulsação nos recorda sofrimento
E nos meus versos podem não haver medida
Mas o que há sempre, são coisas da própria vida

Fiz versos como faz dia
A luz do sol sempre ao nascer
Eu fiz os versos, porque os fazia
Sem me lembrar de os fazer

Como a expressão e o jeito
Que p'ra cantar se vai dando à voz
Todos os versos andam já feitos
De brincadeira, dentro de nós

E assim amigo
Já viste que a poesia
Não é só caligrafia
São coisas do sentimento

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