Buket rhymes

Carta pra deus

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Eu, a esta hora estaria aqui
Pra falar como é que me foram as entradas
Ao ano novo

Mas a realidade atinge
Por isso mesmo Eu..
Eu...

Eu me levanto por essa city que chora pelo seu dono
Que já não cala dos seus screams e não ganha mais sono
Ver crianças a pagar pelos erros dos mais velhos
Ver raparigas sem conselhos
E nas ruas o sangue vermelho
Crianças fazem o querem, e tudo que os manos disserem
Por dinheiro e mulher tornam-se Carne Dadas ao Vermes
Mas aonde tu estás que aposto tu a pertence-la
Que a criaste de fauna e flora, e um brilho de estrela
Mas a puseste a ganancia, o ódio e a inveja
Permitiste a hipocrisia, e um deus a cada igreja
Deixaste que a cidade fosse bebida pela fera
mesmo distante dela
Não te preocupas em vê-la
Repara nesta city, em cada rua, em cada esquina
Nelas não há portas, nelas só há entradas à cortina
Vê o demônio na minha city, e tu tas muito distante
Choros não param, nos olhos saem sangue.

Não se preocupem, tó convosco, tó atento!
Estarei sempre com vocês
Até o fim de todos os tempos!

Por que é que deixas o teu mundo nesse inferno profundo
Desconsolado sem sorriso ao menos por um segundo?
Desconexo do universo, avolupiado pelo sexo
Onde já há sinais, tudo está moribundo

E aquela gente na Somália, onde a refeição sempre falha
E essas terras com surdez pelos rumores de bala?
Onde já não há cores. Alguém roubou o arco-íris
Onde tu não respondes. Por mais que ouvires.

Pensei que estava sossegado mas no fundo não estou
Não te importas comigo, mas afinal quem sou?
A injustiça é demasiada pra esse povo sublime
Nessa city onde seus filhos não encontram seu dream
Onde o mendigo chora por nunca ver uma estrela
Os manos formados choram por não aguentar a panela
E o racismo fez conhecer ao mundo o Nelson Mandela
E o calor da paz eu não consigo oferecê-la
Porque sou uma criança desnutrida pela fome
Aqui não se come
Meus direitos somem
Pela verdade não madrugo por que tornei-me insone
Mas quem és tu que a minha gente clama pelo seu nome?
Eu não conheço o teu rosto porque nunca te vi
O mesmo dessa minha gente que sempre espera por ti
A quem não dás afeto
Quando te querem por perto
Querem teu aperto
Mas sim, amas do teu jeito, incorreto

Por que é que deixas o teu mundo nesse inferno profundo
Desconsolado sem sorriso ao menos por um segundo?
Desconexo do universo, avolupiado pelo sexo
Onde já há sinais, tudo está moribundo

E aquela gente na Somália, onde a refeição sempre falha
E essas terras com surdez pelos rumores de bala?
Onde já não há cores. Alguém roubou o arco-íris
Onde tu não respondes. Por mais que ouvires.

O que será do crente?
Da criança inocente?
Do pobre que ganha pão humildemente?
O que será do rico que diz que pobre não é gente?
E do profeta que diz ser teu mas hipocritamente?
O que tens pra essa gente que não tomaste conta?
Não deste o que pediram, bateram outras portas
O que tens do mendigo frustrado, com sonho acabado
e acusado?
O trabalhador não recompensado?
MAH
Tu pensas em mim ou não me vês?
Ou não nos queres?
Diz-nos, se nosso pai tu não és?
Fim dos dias ninguém sabe se é a morte
Não desfrutamos de ti, não tivemos essa sorte
Queremos tua presença, tua omnipotência
Que não seja só onírico, mas real e emergência
Porque aqueles dos comícios
só nos querem submissos
E na angústia da nossa alma subtraem benefícios

Por que é que deixas o teu mundo nesse inferno profundo
Desconsolado sem sorriso ao menos por um segundo?
Desconexo do universo, avolupiado pelo sexo
Onde já há sinais, tudo está moribundo

E aquela gente na Somália, onde a refeição sempre falha
E essas terras com surdez pelos rumores de bala?
Onde já não há cores. Alguém roubou o arco-íris
Onde tu não respondes. Por mais que ouvires.

Abençoe essa gente da ralé
Eu sei que muitos tiram benefícios
Pelo sofrimento da minha gente
Dá-lhes pelo menos um motivo de esperança
Aos meninos de rua, àqueles que não têm onde ter um abrigo
Àqueles que são injustiçados. Toma conta deles
Pois muitos morreram por renunciar uma fé contra ti

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