Craveiro e cravinho

Ponta de faca

Craveiro e cravinho
Pra cantá de viola é preciso escola
Diz esse gabola de meia pataca
Com chapéu alheio quer ir dar conselho
Fazendo rodeio e batendo matraca

Será que não vê que o povo que sabê
De assunto pra lê e não carne de vaca
Eu digo e sustento cabra de talento
Não tem 2% marcado na praca

E desde pequeno nóis vem combatendo
Com muito veneno pior que jararaca
Sei que essa lida é uma estrada comprida
E nóis não dá saída com modinha fraca

Num tom sonoroso somo caprichoso
E nóis canta gostoso se arguém nos ataca
Nego fracassado apanha calado
Nóis somo aguçado igual ponta de faca

Pra não usar luto não seje matuto
Que se vier à bruto arreio a bruaca
Quem quisé crescê não pode engrandecê
Tem que obedecê a linha das estaca

Pra cantá nós não treina semo igual chilena
Quando tira a cena de mula veiáca
Onde esse violeiro freqüenta primeiro
Nóis por derradeiro é que enche a guaiaca

Mesmo na escura nós dois faz figura
E na hora mais dura nóis não se embasbaca
Com sinceridade de livre vontade
Eu confesso a verdade no ponto de arpaca

E na mema linha da profissão minha
Não foge da rinha o galo da barraca
No pinho eu sou rei já me aconsiderei
Com a madeira revéis que não solta cavaca

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