Dabliu

Gaia

Dabliu
Minha alma é igual de passarinho
Mas meu coração tem ares de estrela do mar
Gosto de ficar assim quietinho
Mas no outro instante posso já querer voar

Tenho trinta nomes, sete vidas
Um milhão de sonhos, e um só coração

Quatrocentas feridas abertas
E oitocentas cicatrizes pra lembrar que vão fechar
Conto estrelas como conto os dias

Diferente deles nunca vi uma morrer
A ponte quebrada, rio, floresta
Sangue seco, asfalto, a vida passa e ninguém vê
Visto a minha esperança nova
Mas sorriso não combina com essa estação
Em silêncio me evaporo em linhas
Belos acontecimentos da imaginação

Quem vai me separar de mim?

Abracei a mim à luz da lua
Num aceno só me despedi do que eu não sou
Quem vai separar o mar da terra
Se um já não seria sem o que o outro criou?

Quem não sou, não chore, pois não volto
Deixo meu passado de recordação
Tenho sete vidas, trinta nomes
Mas cuidarei bem do único coração
Não vão me separar de mim

“E o menino sem casa segue adiante
A frente o desconhecido
Enquanto a gente fingindo que sonha
Dorme”

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