Dillaz

Copo de balão

Dillaz
Fazem 3 da manhã e tu sentado na mesma cadeira
Encostado no mesmo balcão a pedir a mesma bagaceira
Farto de carregar os problemas que levaste uma vida inteira
A afoga-los num copo balão e acordar com eles na cabeceira

E nada seria tão certo se vivesses de uma certa maneira
Esta foi a tua escolha, mas largar-te foi a escolha da tua parceira
E quer queiras quer não vais sentir o mundo a beira de um alçapão
Sentir a canseira da obrigação
E para não chorar vais voltar a voar no teu copo balão

E tu que até sempre levaste isto tudo numa brincadeira
Agora veste enojado, desprezado, afastado de tudo aquilo que te cheira
A rua tornou-se o teu habita, uma casa sem porta traseira
Para ter, criar, plantar uma família não dá, para isso tiveste a primeira
Criaste problemas que para o lema da vida nunca foram sina

Nunca foram metas ou algo parecido
Não sei se é maldade mas cospes pro ar
Sem pensar na gravidade nos dois sentidos
E quantos em casa tão arrependidos
Quantos na rua tão agradecidos
Quantos para ter aquilo que quiseram se fizeram amigos

La estás tu a ver chuva no telhado
Cigarro acesso e o lábio a tremer
Não fiques calado há muito pra dizer
Mas tu não queres saber e o teu balão a encher
E o teu balão a encher

Tenta esconder o orgulho e ganha a noção
Porque até o ferro a chuva emperra
Não é seres patrão é só não seres mais um balão
Que sobe com medo da terra
Sei que quem erra errou a tentar
Sei que perdoar faz parte da lição
Eu vou continuar praqui a falar
E tu a voar no teu copo balão

E la estás tu a ver chuva no telhado
Cigarro acesso e o lábio a tremer
Não fiques calado há muito pra dizer
Mas tu não queres saber e o teu balão a encher
E o teu balão a encher

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