Dois tempos de um lugar

Rosilene em apuros

Dois tempos de um lugar
Num canto da rua
Eu sou o pirata
Carente e babando como um cão de gravata
Quem é que vai me dar um prato de filé,
Depois ir desfilar na praça num circo qualquer?

Em cima da escada
Eu sou bibelô
De unha cortadinha, como mamãe ensinou
Quem é que vai limpar o prato que eu cuspir,
Depois assoviar uma valsa enquanto eu dormir?

Rosilene!
Não há canto que console
Rosilene!
Ela nunca me dá mole.
A vida é uma mosca no copo no último gole.

Luzindo no escuro
Eu sou a navalha
Mijando no muro como qualquer canalha
Quem é que vai me dar um xale de crochê,
Depois de encher a cara de graça num chá de bebê?

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