Mentiras digitais
Flávio bauraqui
Os dentes mastigam lembranças
Num pedaço de pastel de vento
Madrugada, céu escuro
Vira refresco de laranja
Num pedaço de pastel de vento
Madrugada, céu escuro
Vira refresco de laranja
Na toalha de papel, que escrevi, e apagou
No metrô um homem vende, mentiras digitais
Uma caixa de chiclete, uma criança
Olhares vagando na estação
Que o rádio toca, um pé que marca, o tempo passa
Andróides transportados, enlatados
Desconfiados de ti, tão distantes de si
Medo e confiança, se vão em outro vagão
Chorar pra quê, se posso até gargalhar, explanar
Ecoar no ouvido de alguém, uma alegria sonora
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