Gil lucas

Imagem perecível

Gil lucas
Cheia de cismas e defeitos
Um tanto quebradiça e esturricada
Um mosaico de traumas no peito
Feito os degraus de uma escada
Me descrevendo sob a ótica de conceitos
Inusitados, todos de fachada
Pro teu governo eu sou, sim, imperfeito
De ossos, nervos, carne e mancadas

Amor estanque, mais velho que o mar
Onde, enfim, poderei te encontrar?
Amor perverso, roto e disperso
Por onde andei já não cabe regresso

A lua despiu seu corpo das vestes
Abracei a dor de estar visível
Ela seguiu sem notar os flertes
Do meu querer indizível
Um sentimento abrasador, feito a peste
Tornou a imagem perecível
Tudo resultante e nada que se preste
Ao meu desejo corrosível

Amor estanque, mais velho que o mar
Onde, enfim, poderei te encontrar?
Amor perverso, roto e disperso
Por onde andei já não cabe regresso

Aqueles olhos envidraçados
Albergaram a minha tarde
Em seus contornos alados
Redescobri a chama que arde
No peito de adolescentes apaixonados
Mesmo agora, quando o frio encarde
Reavivo o sol, surrupiado
E que tenhas razão, que seja de verdade

Amor estanque, mais velho que o mar
Onde, enfim, poderei te encontrar
Amor perverso, roto e disperso
Por onde andei, já não cabe regresso

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!