Glauco e o trem

Nau frágil

Glauco e o trem
Depois de tanto trabalho os louros do fracasso recebi de braços castros
Trucidando a vaidade
Afogando a poesia
Incitando a agonia.

Dedicando o tempo atento para a cidade de pontes magras me cuspindo lá de cima
Vou planando por seus ares
Descobrindo o sal nos olhos
O sufoco de tuas praias

Por isso eu parei de compor
Por isso um silêncio, um pavor.
Por isso é que eu vivo sem
Dor

Do meu lado o elogio
Pisco os olhos, o deboche.
Um choro contido em riso e me arrepio

Não reclamo o meu espaço
Dentro de mim cabem os passos
De uma humanidade inteira

Esta obra, ó cidade, não depende de tua classe.
Minha sarjeta tem beleza
Um bocado dos teus rios não suportam o passo frio do teu povo mal-educado

Por isso eu parei de compor
Por isso um silêncio, um pavor.
Por isso é que eu vivo sem
Dor

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