Grupo chão colorado

Bagual tordilho

Grupo chão colorado
Lá na porteira, perto do pé de espininilho
Qua aquele bagual tordilho saiu sacudindo o toso
Que nem tinhoso, corcoveando por direito
E eu sai surrando forte, cortando e abrindo o peito
Costeou a restinga na grama abrindo picada
Três trama' ficou quebrada' na volta do corredor
Cheiro de flor que vinha da mataria
Boleava a aurora distante rasgando as barra' do dia

Sobre a paleta, ferrado ele se arrastava
Dava coice e relinchava no capim abrindo rombo
Firme no lombo por dentro de uma invernada
Cada laçaço que eu dava deixava as virilha' inchada
O gado vinha do banhadal pra o rodeio
Já tinha perdido o freio de tanto fazer gambeta
Preso às roseta' naquele inferno danado
Eu via a sombra da morte correndo no meu costado

Contado a passo corcoveou uma légua e meia
Planchou num monte de areia bem perto de uma vertente
Saí na frente, pacholento e sem retovo
Gritei "levanta, porqueira!" que eu quero montar denovo
Se nesta vida eu perder a força da perna
Ao patrão que nos governa faço um pedido daqui
Pegue um bagual, engraxe bem o souvéu
Que daqui eu vou de a cavalo pra grande estância do céu

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