Guga

Dialética em ação

Guga
O seu caminho você cria, sua trilha é sinistra
O luar virou penumbra, tem o ódio no olhar
O discurso não agrada, paralisa, amordaça
É conselho, não é sermão. Aprendizado foi em vão
Pra que que eu vou dizer, se você não vai ouvir
Um salve pra quem é, quem é vai me ouvir
É malandro demais para entender o que eu sou
Diz que fez, diz que faz. O 2 pac voltou?
Não!
Você não sabe o valor da humildade
É o dono do pedaço, com terror que ataca
Você e sua banca, seu ego não me espanta
O melhor vai chegar, será que é você?
O moderno não é novo, essa arte não me faz
O novo já foi velho carregado em ideais
Aplaudindo ou julgando, lave as mãos ou nada mais
Eu aguardo os bons frutos, eu semeio o melhor
Eu não vou me espelhar em quem não vale um real
O traçado contém curvas e um abismo no final
Sigo metas e os meus planos, pode crer que eu farei
Seguirei os meus princípios, na moral, com sensatez

Eu não rimo o que eu não vivo, não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação
Eu não rimo o que eu não vivo eu não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação

O sonho do garoto agora é outro
Uísque no verão, cana no inverno
Se encontra em um inferno, alcoólatras em série
Não medirão esforços em fazê-lo regredir
Só assim vou versar, quem que vai me aplaudir?
Larguei o fútil e me enformei
O caminho é o inverso
Os meus versos contagiam, poesia se faz rima
Pra você no rolê as minas vão querer
Quem vai assumir quando o filho nascer?
Uma pá iludido, o filho não tem pai
A mãe não sabe ao certo a quem pedir pensão
Um tanto iludido, acende vela a tocqueville
Um dia citou Marx, mas hoje é heresia
Os meus versos contagiam, poesia se faz rima
O rap faz a vida, versar é minha sina

Eu não rimo o que eu não vivo, não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação
Eu não rimo o que eu não vivo eu não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação

Até quando vai ficar refém da própria mente
Até quando vai levar uma vida inconsequente?
Tem filho e não é pai, seu futuro é solidão
É um cara de talento, mas prefere a escuridão
No caos, em declínio, rolando em degraus
Jovem suspeito de crime. Foi pego!
Esperto demais quem o crime buscou
Moto, mansão, assalto, carro e dinheiro
Liberdade deu fim com um tiroteio
Habeas corpus negado, o juiz condenou
Visita aos domingos o que lhe restou

Eu não rimo o que eu não vivo, não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação
Eu não rimo o que eu não vivo, não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação

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