Quantas manhãs

O rio passa
E leva o meu olhar
Suas águas, mistérios são
A me provocar
As margens: Os medos
Nos fazem ficar
E quanto essa água tem
Pra eu me aventurar

Diga lá o que tem nesse rio - que
Vai me devolver o que partiu – vou
Me apropriar de mim mesmo
E me transformar

Tantas vezes eu estive aqui - sim
Bem diante e perto de mim - e
Por um longo tempo hesitei
Com medo de entrar

Por quantas manhãs
É preciso partir
Quantas manhãs
Quero ver esse sol que
Ainda espero por vir
Por quantas manhãs
É preciso ouvir
Quantas manhãs
Quero crer que isso tudo
Não faz parte de mim

Viver é algo perigoso
O rio da vida é temeroso
Mas todo rio sempre
Encontra o mar
Viver é algo perigoso
O rio da vida é temeroso
E na terceira margem
Eu vou me encontrar

Por quantas manhãs
É preciso partir
Quantas manhãs
Quero ver esse sol que
Ainda espero por vir
Por quantas manhãs
É preciso ouvir
Quantas manhãs
Quero crer que isso tudo
Não faz parte de mim

Por sobre essas águas
Eu quero andar
Caminho que leva além
Muito além do mar