Sétimo andar

Ontem à noite, olhei para o céu.
Procurando estrelas, olhei para o horizonte.
Procurando o verde que há muito não via
Não consegui ver nada além de janelas indiscretas,

Árvores de concreto e um som constante
Que feria meus ouvidos.
Sentia falta da brisa leve,
Do verde com o azul no horizonte,

Do silêncio quebrado por pássaros e insetos,
Da tranqüilidade e privacidade do meu lar.
Me sentia espiando e espiado,
Toda vez que chegava à janela.

Queria um lugar cheio de verde e paz,
Pra tocar meu violão e soltar a voz do coração
Mas estava trancado no sétimo andar
Com centenas de janelas
A me observar