Loredo

Realidade contemporânea

Loredo
Vou me afundar nas letras
E subir pras alturas
Que quando eu chegar lá, ninguém mais me segura
É pura ideologia e nenhum orgulho
Por isso que eu falo e faço barulho
Por isso que eu luto, por isso que eu tento
Sempre seguindo e sempre correndo contra o tempo
Sempre tentando e errando
E cada erro que eu tenho, nele vou persistindo e batalhando

Como uma pedrada na pedra fria
Sai lasca que incendeia até uma vila
Sempre persisto e corro atrás, até não poder mais
Mas quando o poder se acaba eu vejo o que ficou pra trás
O tempo não volta mais, e no presente eu recupero o que foi perdido
Estudos, amigos, livros, tudo aquilo que um dia foi visto e revisto

Muitas vezes, pra seguir em frente, precisa olhar pra cima
Ter inspiração e ser tipo a Monaliza
Olhar em todo lado, sem ficar despreparado
Sempre engatilhado, e com o corpo trancado
A mente sempre aberta, pra coisas novas
Como uma abertura pro artilheiro na copa
Como uma facada que vem pelas costas
Da palavra de quem um dia valeu mais que muitas notas
O preço pra ser adulto é uma coisa cara
Sempre te para, e você repara
Que mesmo não tendo mais o tempo de antes
Não perde a levada, que fica cravada na sua mente
Memória, como uma joia rara

Tem dados na mesa, dados bancários
Dados de contas e números falsos
Homens falados de terno que falam coisas da boca pra fora
Nos julgando como escória, difamando o povo pelas suas costas
Por isso é um recado, um aviso falado
Pra nunca chamar o desconhecido de derrotado

A hipocrisia mata mais que uma arma carregada
E a palavra ao ser disparada fura mais que uma espada
Palavras lançadas como cartas que são enviadas
E depois são repassadas como simples cartas
Pra pessoas que são simplesmente vagas e claras
Tempestuosas e tenebrosas, vivendo a vida de uma forma metafórica
Clareando sua tela com o próprio sangue
E fazendo do seu mundo o próprio inferno de Dante

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