Ó Madragoa das bernardas e das trinas
Dos pescadores, das varinas da tradição
És a Lisboa que nos fala doutra idade
Desses tempos da cidade que já lá vão

Bairro cercado por igrejas e conventos
Com tão santos monumentos na vizinhança
Meu bairro amado, vem provar como é verdade
Que entre a fé e a caridade pôs Deus a esperança

Ó Madragoa
És a mãe da minha mãe
Ó gente boa do meu bairro, escutem bem
Nesta Lisboa
Do progresso e da vaidade
É ali na Madragoa que mora a saudade

És, Madragoa, mais cristã que a Mouraria
Mais alegre que a alegria e até mais bela
Doa a quem doa, não há bairro com mais raça
Tem mais graça até que a Graça mais luz que a Estrela

Ali viveram sempre, os bravos mareantes
Foi ali que os navegantes tiveram ninho
Muitos morreram, mas há um que a gente chora
Esse herói que o povo adora Gago Coutinho

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