Manacá

Samba para dom casmurro

Manacá
Pedra,com as unhas da espera
Seu cume cego afia-se no céu
Cercado pelas curvas da cidade
Aguardando sua passagem, pedra
Uma esfera arranha seu chapéu
Pedra, invadindo a sua imagem
seu colar de páginas
Na fila das setas secretas arrebenta com a miragem
Pedra soterrando a revoada perpétua

Pedra,com as unhas da espera
Seu cume cego afia-se no céu
Cercado pelas curvas da cidade
Aguardando sua passagem, pedra
Uma esfera arranha seu chapéu
Pedra, invadindo a sua imagem
seu colar de páginas
Na fila das setas secretas arrebenta com a miragem
Pedra soterrando a revoada perpétua

Revoada perpetua!
Revoada perpetua!
Revoada perpetua!


Pedra,não quero cantar contigo.

"Eu sempre achei que o amor,
Que o grande amor, fosse incondicinal.
Que quando duas pessoas se encontram, que quando esse grande encontro acontece, você pode trair, brochar, dar todas as porradas, se for um grande o amor, ele voltará triunfal.
Sempre!
Mas não, nenhum amor é incondicional.
Então acreditar na incondicionalidade do amor, é decididamente precipitar o fim do amor, porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você acaba fazendo esse amor passar por tudo, e um amor não aguenta tudo, nada nesse vida é assim!
E aí você fala que esse amor não tem fim, para que o fim então comece.
Um grande amor não é possível,
talvez por isso seja grande.
Então, assim, nele, obrigatoriamente, pode caber também o impossível.
Mas quem acredita?
Quem acredita no impossível, que não apaixonadamente?
Como a um deus, incondicionalmente."

O mar quebra nas pedras. E as pedras requebram no mar.

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