Marcos ferreira

Setenta

Marcos ferreira
Manuscritos de um poeta da dor
Guardados de um diário do passado
Em forma de prosas e versos
Apenas como um corredor solitário

Havia um céu azul muito diferente
Por uma voz doce e inocente
Descendo o caminho daquele trem
Em um sonho de menino

Mas aquela chance perdida
Pela roda do tempo invisível
Descortinou um tesouro escondido
No lago dos sonhos possíveis

A realidade desenha um quadro
Atravessando a fronteira
E quando o coração chora
O sonho escreve uma nova canção

E a vida continua
Pois, às vezes, precisamos do pôr do Sol
Para iniciarmos um novo dia

E quando vier a primavera
Fazendo aquele tempo agora tão distante
Colocarei todos os sonhos numa peneira
Sobrando, na longa caminhada, uma flecha partida

Setenta
Nos acordes da memória
Que o poeta escreve
Em oito anos de história

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