Maries siqueira

De volta ao pesqueiro

Maries siqueira
De volta ao velho pesqueiro
Visitar, eu resolvi
Tranquilo e hospitaleiro
Meu velho Piratini

Ressojo de espumas brancas
Lar de Jacus e Bugios
Da galhada na barranca
Bem-te-Vi diz que me viu

Na velha mochila escura
Vinha fumo e mantimento
Um frasco de canha pura
Pra adoçar o pensamento

Rebano de linha grande
Pra negacear e Pati
Caniço, isca e forquilha
Pra enfiada de Lambari

Porém, fiquei assustado ao ver aquilo mudado
Me conter, não consegui
Na mata da minha infância, o progresso e a ganância
Já tinham chegado ali

Aroeira virou palanque
E o Angical virou trama
Pitangueira virou lenha
E o chircal virou grama

Tambo de leite estalado
Plantel de gado de cria
Motores da alcons fechados
Muita tecnologia

Parece que o rio chorava
No murmúrio do seu leito
Também não pude conter
A angústia dentro do peito

Ali no meu velho pesqueiro
Tem cerca eletrificada
E, num plaquete anunciando
É proibido a entrada

Outra dor e a navalha cortou o ninho das Gralhas
E do cantor Sabiá
Dali, eu saí correndo, pra mim mesmo prometendo
Nunca mais eu volto lá

Outra dor e a navalha cortou o ninho das Gralhas
E do cantor Sabiá
Dali, eu saí correndo, pra mim mesmo prometendo
Nunca mais eu volto lá

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