Maurício galo

Asfaltando dor pequena

Maurício galo
Depois de bater de porta em porta
A noite inteira, asfaltando a dor pequena
Se a travessia afoga, o fim vale a pena
Sou teu poema em bolso alheio, teu algoz

Depois de provar tardiamente
Que te quero e não quero vou seguindo
Pontilhando a madrugada de destino
Com as cinzas do amanhã

Você me caça, me ameaça
Bebe da taça meu gosto ruim
E me atiça de gota em gota
E me adoça pra beber no fim

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