Sombreiro quebrado, tapeado pra cima
Parece obra prima co'as aba intanguida
Dois ferros calçados, um igual ao outro
E as botas de potro aquebrantando a vida

Apegos e ânsias, estâncias e rumos
A sorte um consumo que vem sem sinuelo
Pra um homem de guerra que a um sonho se agarra
Baguais e guitarras são fletes de um mesmo pêlo

Estampa surrada, judiada do tranco
D'um baio lonanco, veiaco e malino
A alma um palanque cravado bem fundo
Escorando o que o mundo chama de destino

Vos falo de um xucro e retruco aos demais
Que entre baguais anda solto na poeira
Um quebra parido num rancho barreado
Sobre o chão sagrado da nossa fronteira

Das domas e tropas, das grotas e sangas
Bois mansos de canga e rodeios de cria
São coisas que o guasca templou com as esporas
Bombeando as auroras e as barras do dia

Com a pátria nos tentos e o vento na fronte
O tempo é um reponte que aos poucos consome
O corpo de um taura que um santo benzeu
Pra ser menos que Deus, porém mais do que um homem!

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  1. César Oliveira