Miguel araújo

Autopsicodiagnose

Miguel araújo
Dói-me o baço, dói-me o braço
Tropeço e troco o passo
Faço o que posso e o que não posso
Meço, coço, peso e peço ao Padre-nosso

Faço o que posso e o que não posso
Meço, coço, peso e peço ao Padre-nosso

Pesam-me as pernas, pesam-me penas
Patológicas obscenas
Faço o que sei e o que não sei
Choro, rio, rezo, rogo em vãs novenas

Faço o que sei e o que não sei
Choro, rio, rezo, rogo em vãs novenas

Mas há uma azia que se me cresce
Que quando me aparece nada em mim se mexe:
É o medo que o meu médico deixe
Que eu deixe de ter de que me queixe

Que eu deixe de ter de que me queixe

Ponho zelo, ponho gelo
Dói-me a pele e dói-me o pelo
Dói-me um cabelo e outro cabelo
A cruz, a cris, o calo e o cotovelo

Dói-me um cabelo e outro cabelo
A cruz, a cris, o calo, o cotovelo

Ai Cristo, ai quisto
Minha Nossa o que é que é isto?
Que é da crosta que era ali?
Que é do quisto que era aqui?
Pelo que parece pereci

Que é da crosta que era ali?
Que é do quisto que era aqui?
Pelo que parece pereci

Mas há uma azia que se me cresce
Que quando me aparece nada em mim se mexe
É o medo que o meu médico deixe
Que eu deixe de ter de que me queixe

Que eu deixe de ter de que me queixe

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!